segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

                                 O ano é novo....e a vida?

Alguns momentos da nossa vida são essencialmente especiais para nos dedicarmos a reflexão. Podemos citar a data do aniversário, o desencarne de algum familiar querido, uma grande tragédia que vez ou outra se abate sobre a Humanidade provocando muitas perdas de vidas. Assim também, o Natal e o início de um novo ano podem ser ricas oportunidades para a pessoa que queira fazer um “balanço” existencial. 

Afinal um novo ano irá representar sempre um momento de expectativa e de sonhos que nem sempre se realizam. Se a meta for ser feliz e conquistar sucesso, vale a pena refletir, sob o ponto de vista espiritual, o que isso realmente significa.

Um ano se encerra com seu acervo de experiências, com suas realizações e frustrações, com seus momentos bons e maus...

Um ano se inicia com sua carga de esperanças.


Bom lembrar que os piores dias do ano não foram aqueles em que enfrentamos o mal, mas sim os dias em que não cultivamos o Bem.

 

Quantas anos novos já vivenciamos cheios de promessas de melhora que nunca foram cumpridas. Sai ano e entra ano e continuamos na mesma com os velhos problemas de sempre. Fazemos projetos que visam somente nosso avanço como homens do mundo sem nos ocuparmos com o que é, de fato, essencial.

Parece-nos fundamental saber qual é o objetivo da existência humana. Evoluir, desenvolvendo em cada um de nós, as potencialidades divinas.

O Espiritismo como doutrina do autoconhecimento, à luz do Evangelho do Cristo, conduz o homem a conhecer-se em sua essência Imortal, conscientizando-o de que o seu próprio destino é consequência de suas ações, fruto do seu livre arbítrio. 


Informa ao homem que ele é o responsável pela sua felicidade ou infelicidade, não transferindo para outro a culpa dos equívocos ou mérito dos acertos cometidos. 

 

O ano nunca será novo se ainda formos pessoas velhas, sem vida espiritual em Cristo.

Para melhor aproveitar estes momentos, reflitamos a respeito da afirmativa do apóstolo Paulo (Efésios 5:14-17):

“Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará! Portanto, andai prudentemente, não como néscios, mas como sábios, usando bem cada oportunidade, porquanto os dias são maus. Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor”.

Em pleno século 21, difícil entender que ainda existam irmãos que não tem essa consciência e vivem dormindo, por longo tempo, o sono da indiferença, correndo atrás de algo que não se pode agarrar.


Tolos e insensatos, embora crendo-se acordados para as duras realidades da vida física, revelam-se verdadeiros sonâmbulos que falam e ouvem quanto às verdades concernentes ao espírito!

 

Acreditam tudo saber, porém não sabem nada! Para estes tudo está sob controle.

Nunca desconfiaram da beleza que é o imponderável da vida que, de um momento para outro, nos conduz aos pontos mais altos e depois despeja-nos nos desfiladeiros das sombras em eternos processos de aprendizagens.

Aprofundemos a análise. Podemos começar com o que há de errado em nós.

Diante das ofensas, perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete, isto é, perdoar incessantemente, incondicionalmente àqueles que nos ofendam, sem guardar ressentimentos ou mágoas.

Frente o desajuste alheio, não julgar, não discriminar, procurando ajudar os que nos prejudiquem.

Enfrentando as dificuldades do mundo, confiar na proteção divina, fazendo o melhor, buscando o Reino de Deus e a sua Justiça, confiantes de que tudo o mais virá por acréscimo.

Diante do falecimento de entes queridos, expressar fé e esperança cultivando bom ânimo. Retomar a normalidade, reassumir nossas vidas, deixando aos mortos os cuidados de enterrarem seus mortos, conforme a expressão evangélica, evitando questionamentos e apego, que paralisam nossa iniciativa e perturbam os que retornam à Pátria Espiritual.

Diante do Mal recebido por outrem considerar que antes de ver o cisco no olho do irmão é preciso retirar a lasca de madeira que está em nosso olho. Não nos parece apropriado apontar nos outros, males que não superamos.

Se já assimilamos suficientemente os conhecimentos exarados por Jesus, os quais, tão claramente, nos foram apresentados por Allan Kardec, eminente codificador a Doutrina Espírita, já é mais do que hora de nos submetermos às disciplinas necessárias, que refletiriam nosso empenho não apenas em assimilar, mas sobretudo, vivenciar estes ensinamentos.

Poderíamos então:

- estudar regularmente os ensinamentos de Jesus, pois para vivenciá-los, é imperioso compreendê-los;

- estabelecer, da mesma forma que nos ocupamos com a saúde física, o hábito da prática de exercícios diários de perdão, tolerância, fé, compaixão, caridade, bondade, paciência, esperança, com o fim de desenvolvermos maior “musculatura” no Espírito;  

- lembrar, com maior frequência, de perguntarmos a nós mesmos, frente às situações difíceis, nas contrariedades, nos problemas e tentações da jornada humana: “O que faria Jesus em meu lugar? ”

- não esperar pelo pedido de auxílio de algum companheiro ou irmão desconhecido, procurando ir ao encontro da dificuldade, pois sempre que nos dispomos a colaborar, o alto encaminha a necessidade. Sempre melhor e mais feliz auxiliar que precisar ser auxiliado.

Lembrar que somos filhos de Deus, fadados à perfeição relativa, e que já trazemos em nós todos os recursos necessários para a implementação do Reino Divino em nossos corações.

Enfim, para os próximos 365 dias de 2025 manter luta firme contra as imperfeições que ainda demoram em nosso íntimo, sem dar tréguas, não contemporizando com as mazelas que há muitas existências teimamos em cultivar.

Se dessa luta sairmos vencedores, retirando-nos da mesmice secular que fatalmente nos conduz à egoística busca das vitórias externas e efêmeras, haveremos de alcançar a suprema conquista da auto superação, compreendendo que a finalidade precípua da Vida é a da pratica do bem e, por acréscimo da misericórdia do Pai, sermos felizes.   

Deus seja louvado! Jesus, nosso Mestre, abençoe-nos hoje e sempre. 

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