segunda-feira, 11 de novembro de 2024

 

Fraternidade, de fato.

 

“E que ninguém peça ao Céu determinadas receitas de fraternidade, porque a fórmula sagrada e imutável permanece conosco no “amai-vos uns aos outros”

Emmanuel – Pão Nosso, capítulo 10

 

A palavra fraternidade tem origem no latim fraternitas, que significa "irmandade", "conjunto de irmãos" ou "afeição entre irmãos".

Juntamente com os termos liberdade e igualdade, a fraternidade está profundamente ligada ao conjunto de ideias que caracterizou grande parte do pensamento revolucionário francês no século dezoito.

Encontramo-la no primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela ONU em 1948:                    Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.

Composta por 30 artigos, essa declaração procurou estabelecer um ideal comum a ser atingido por todas as nações que a subscreveram. Se respeitada e atendida, viveríamos há muito tempo, na Terra regenerada. Porém, não é este o panorama atual do nosso amado planeta.

De fato, os países são compostos pelos seres humanos e aí é que está o problema. Sabemos que não é pela falta de organizações e instituições, até mesmo as ONGs, que a fraternidade não se estabelece.

Fornecendo um exemplo, em breve pesquisa, identificamos que jamais, como nestes últimos lustros, o comércio armamentista cresceu tanto e os gastos militares bateram recordes em todos os países. De acordo com os dados do último relatório do Instituto de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, em Abril/2024, o total das despesas militares globais atingiu U$ 2.443 trilhões de dólares no ano de 2023, liderados pelos Estados Unidos, China e Rússia.

Difícil de acreditar que há um propósito sincero de fraternidade e de igualdade, tão propalado pelas autoridades, se somente pequena parcela deste valor seria suficiente para mudar a história de bilhões de pessoas. Questionamo-nos por que estas mudanças não são implementadas? 

Não obstante acreditarmos que hajam intenções respeitáveis, o que verificamos é que, sem que as nações aprendam a prática da fraternidade verdadeira, todos os movimentos pró-paz, com as naturais exceções, não passam de encenações diplomáticas retardando a tranquilidade no mundo.

Caro leitor, analisemos a situação atual. A questão é a falta de sólido alicerce.

Desde os tempos remotos, as sociedades têm sido edificadas à revelia do Evangelho de Jesus, necessitando as suas bases de mais profundas transformações. Muito embora, muitas delas fossem alicerçadas sob diversas crenças religiosas (Cristianismo, Islamismo, Catolicismo, Hinduísmo e tantos outros ismos), não se sustentam e sucumbem, mesmo sob estatutos religiosos que, por conveniência e escusos interesses, deturpam e falseiam as mais santas interpretações.

A adesão a um sistema religioso deveria nos conduzir à vivência do amor fraterno entre todos, sob pena de, em não fazendo, tornarmos nossa crença estéril e egoísta, segundo o ensinamento de Jesus, há mais de dois mil anos, no episódio da figueira estéril.

A Doutrina Espirita sendo uma síntese gloriosa de fraternidade e de amor, ao esclarecer a inteligência humana, cria campo mental fértil para entendermos o “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”, em sua profunda significação.

Prezados espíritas, não deixemos que está luz em forma de doutrina, venha a sofrer, como outrora outras religiões, nefastos processos de hierarquização, elitismo e luta pelo poder (qual poder?), da maneira como temos observado.

Esforçar-nos para vivenciar aquilo que pregamos; colocar a fraternidade à frente respeitando os diferentes pontos de vistas, evitar conflitos desnecessários, principalmente se o motivo for cargo no centro espírita ou direção de reunião mediúnica; e principalmente, sob o meu ponto de vista, não pensar que somos detentores de algum privilégio por sermos espírita, porque de fato, não somos.   

Emmanuel, a esse respeito, orienta: “O essencial é meter mãos à obra, aperfeiçoando, cada qual, o seu próprio coração primeiramente, afinando-o com a lição de humildade e de amor do Evangelho, transformando em seguida os seus lares, as suas cidades e os seus países, a fim de que tudo na Terra respire a mesma felicidade e a mesma beleza dos orbes elevados, conforme as nossas narrativas do Infinito”.

Sim, desejamos participar deste processo libertador de consciências, que se encontra na Terra para presidir a formação de uma nova mentalidade geral, atendendo aos grandiosos desígnios superiores de fraternidade e de paz.

Cultivar a fraternidade pura como o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas, deve ser o norte dos nossos impulsos. Compromisso inadiável, individual e intransferível.

Referências

(1) Os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/explicado/2018/12/09/os-70-anos-da-declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 30 de outubro 2024.

(2) SIPRI – As Transferências Internacionais de Armas em 2023. 11 de Março de 2024. Disponível em: https://www.defesanet.com.br/geopolitica/sipri-as-transferencia-internacionais-de-armas-em-2023. Acesso em: 29 de outubro 2024

(3) Emmanuel. Emmanuel. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 28ª ed. Brasília. Editora FEB, 1938. 208 p.

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