segunda-feira, 21 de outubro de 2024

 

Estudo sério do Espiritismo

Como pretender-se em algumas horas adquirir a Ciência do Infinito? Ninguém, pois, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso; interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós. Será de admirar que o efetuá-lo demande tempo, muito tempo mesmo?

Allan Kardec – Introdução – o Livro dos Espíritos

 Os fenômenos espíritas consistem nos diferentes modos de manifestação da alma ou Espírito, quer durante a encarnação, quer no estado de erraticidade. Pelas manifestações que produz, a alma revela sua existência, sua sobrevivência e sua individualidade. Julga-se dela pelos seus efeitos.

São esses efeitos que constituem a matéria sobre a qual as pesquisas e o estudo do Espiritismo, devem ser realizadas, a fim de chegar-se a um conhecimento tão completo quanto possível, tanto da natureza e dos atributos da alma, quanto das leis que regem o princípio espiritual.

Esses fenômenos, ditos espirituais, desde tempo imemoriais, ofereceram matéria para estudos sérios e dignos de prender a atenção dos sábios e homens da ciência.

A Doutrina espírita, tendo tido seu início com a manifestação de fenômenos físicos, como os ruídos (raps) e as mesas girantes, não diferiu deste aspecto.

Estes fenômenos, por nem sempre corresponderem à pueril expectativa dos pesquisadores, bem como pelo fato de não se haverem produzidos constantemente à vontade deles e segundo a maneira de se comportarem na experimentação, logo foi deixado de ser levado a sério.

Na introdução de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec atribui esse desinteresse à “leviandade do espírito humano”.

É porque o observador, submetendo ao seu ponto de vista, pretende fazer com que os fenômenos sigam a orientação que, caprichosamente, lhe imponha. Como argumenta Kardec, no texto que introduz a obra inicial da doutrina: “ou queira sujeitá-lo às leis dos fenômenos conhecidos, sem considerar que para fatos novos pode e deve haver novas leis”.(*)

Essas leis, desconhecidas do homem, deram ensejo à convicção, que ainda domina boa parte das demais crenças, de que os fatos são sobrenaturais e tidos à conta de miraculosos.

O Espiritismo demonstra que se trata de todo um mundo novo de fatos, porém, embasados nas leis da Natureza, nada apresentando de características sobrenaturais, como tem sido tratado. Por isso Kardec, o codificador do Espiritismo afirma: “Ora, para se conhecerem essas leis, preciso é que se estudem as circunstâncias em que os fatos se produzem e esse estudo não pode deixar de ser fruto de observação perseverante, atenta e às vezes muito longa”.

E continua Kardec: “o estudo de uma doutrina só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado”. E que estes homens devem imprimir aos estudos “continuidade, regularidade e recolhimento indispensáveis”.

Aplicando estas orientações a seus estudos, foi que Allan Kardec percebeu a existência de uma realidade extrafísica inteligente, para além nos desordenados movimentos de objetos, os quais, às vezes pareciam ter vontade própria na maneira de se movimentarem.

Estudos experimentais levados a efeito, principalmente, no século dezenove e início do vinte, por respeitáveis estudiosos da ciência, colaboraram sobremaneira, para que, à luz da luminosa Doutrina Espírita, passássemos a melhor compreender o nosso, e o mundo que nos envolve.      

Ao contrário de numerosos cientistas de renome, que hesitaram em proclamar a verdade, mesmo diante dos fatos e fenômenos espíritas mais convincentes, com receio das consequências que isso poderia acarretar aos olhos do povo, outros ilustres personagens e sábios dos mais ilustres do mundo, pesquisaram e fizeram dos fenômenos espíritas objeto de sua atenção.

Dentre os quais, destacamos: 

- Sir William Crookes (1832/1919) – Químico e físico britânico. Royal College of Chemistry – Londres.                                                                          

- John Elliotson (1791/1868) – Professor e médico da Univeridade de Londres.

- Sir Oliver Joseph Lodge (1851/1940) – bacharel em Ciências pela Universidade de Londres em 1875. Professor de Física e Matemática na University College, em Liverpool - Doutor em Ciências. Recebeu  grau de doutor em Ciências por sete Universidades.

- Alfred Russel Wallace (1823 - 1913) Naturalista, Geógrafo, Antropólogo e Biólogo britânico.

- Cromwell Fleetwood Varley (1828/1883) – Engenheiro                                                             

- Cesar Lombroso (1835/1909)  Psiquiatra, médico cirurgião, Higienista, Criminologista, Antropólogo e Cientista italiano.                                                                                  

- Johann Karl Friedrich Zöllner (1834/1882) Astrônomo e físico Alemão.                                                                  

- Carl du Prel (1839/1889) Filósofo alemão.                                                                                     

- Charles Richet (1850/ 1935) Médico fisiologista francês. Criou a metapsíquica.                                                                              

- Alexandre Aksakof (1832/1903) Filósofo, jornalista, Editor e pesquisador russo.

- Eugène Auguste Albert de Rochas (1837/1914) Engenheiro militar, engenheiro militar, historiador da ciência, pesquisador, escritor e administrador da Escola Politécnica de Paris.                                              

Como vemos, são os mais distintos físicos, químicos, matemáticos, engenheiros, astrônomos, fisiologistas, criminalistas, etc., os homens que, após estudo baseado em rigorosos processos e metodologias científicas possíveis nas épocas em que foram realizadas, atestaram a realidade dos fatos do Espiritismo.

Da lista acima citada, destacaremos o químico e físico britânico William Crookes, membro da Sociedade Real de Londres, devido ao grande prestígio no meio científico internacional e que, dentre várias descobertas, fez conhecer o elemento químico Tálio e a matéria radiante.

Continuaremos o artigo, na próxima semana.

(*) todos os grifos são nossos.

Referências:

(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 67ª ed.  Brasília. Editora FEB, 1944. 494p.

4 comentários:

  1. Parabéns por mais um artigo de expressiva relevância, que nos instiga ao conhecimento.

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    1. Obrigado Anna. No próximo artigo, continuaremos esta abordagem.

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  2. Quantas celebridades da ciência estudaram o espiritismo. Eu nunca imaginei isso tudo
    Gratidão Robson

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    1. Oi Silvia. Isso mesmo. São muitos cientistas sérios que se desdobraram pesquisando os fenômenos espirituais.

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