Estudo sério do Espiritismo
Como pretender-se em algumas horas adquirir a
Ciência do Infinito? Ninguém, pois, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso;
interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que
se abre diante de nós. Será de admirar que o efetuá-lo demande tempo, muito tempo mesmo?
Allan Kardec – Introdução – o Livro dos Espíritos
São esses efeitos
que constituem a matéria sobre a qual as pesquisas e o estudo do Espiritismo,
devem ser realizadas, a fim de chegar-se a um conhecimento tão completo quanto
possível, tanto da natureza e dos atributos da alma, quanto das leis que regem
o princípio espiritual.
Esses fenômenos, ditos espirituais, desde
tempo imemoriais, ofereceram matéria para estudos sérios e dignos de prender a
atenção dos sábios e homens da ciência.
A Doutrina espírita, tendo tido seu início com
a manifestação de fenômenos físicos, como os ruídos (raps) e as mesas girantes,
não diferiu deste aspecto.
Estes fenômenos, por nem sempre corresponderem à pueril expectativa
dos pesquisadores, bem como pelo fato de não se haverem produzidos
constantemente à vontade deles e segundo a maneira de se comportarem na
experimentação, logo foi deixado de ser levado a sério.
Na introdução de
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec atribui esse desinteresse à “leviandade do
espírito humano”.
É porque o
observador, submetendo ao seu ponto de vista, pretende fazer com que os
fenômenos sigam a orientação que, caprichosamente, lhe imponha. Como argumenta
Kardec, no texto que introduz a obra inicial da doutrina: “ou queira sujeitá-lo às leis dos fenômenos conhecidos, sem considerar
que para fatos novos pode e deve haver novas leis”.(*)
Essas leis,
desconhecidas do homem, deram ensejo à convicção, que ainda domina boa parte
das demais crenças, de que os fatos são sobrenaturais e tidos à conta de
miraculosos.
O Espiritismo
demonstra que se trata de todo um mundo novo de fatos, porém, embasados nas
leis da Natureza, nada apresentando de características sobrenaturais, como tem
sido tratado. Por isso Kardec, o codificador do Espiritismo afirma: “Ora, para se conhecerem essas leis, preciso
é que se estudem as circunstâncias em que os fatos se produzem e esse estudo
não pode deixar de ser fruto de observação perseverante, atenta e às vezes
muito longa”.
E continua Kardec: “o estudo de uma doutrina só pode ser feito com utilidade por homens
sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera
vontade de chegar a um resultado”. E que estes homens devem imprimir aos
estudos “continuidade, regularidade e
recolhimento indispensáveis”.
Aplicando estas orientações a seus estudos,
foi que Allan Kardec percebeu a existência de uma realidade extrafísica
inteligente, para além nos desordenados movimentos de objetos, os quais, às
vezes pareciam ter vontade própria na maneira de se movimentarem.
Estudos experimentais levados a efeito, principalmente,
no século dezenove e início do vinte, por respeitáveis estudiosos da ciência, colaboraram
sobremaneira, para que, à luz da luminosa Doutrina Espírita, passássemos a
melhor compreender o nosso, e o mundo que nos envolve.
Ao contrário de numerosos cientistas de
renome, que hesitaram em proclamar a verdade, mesmo diante dos fatos e
fenômenos espíritas mais convincentes, com receio das consequências que isso
poderia acarretar aos olhos do povo, outros ilustres personagens e sábios dos
mais ilustres do mundo, pesquisaram e fizeram dos fenômenos espíritas objeto de
sua atenção.
Dentre os quais, destacamos:
- Sir William Crookes (1832/1919)
– Químico e físico britânico. Royal College of Chemistry – Londres.
- John Elliotson (1791/1868)
– Professor e médico da Univeridade de Londres.
- Sir Oliver Joseph Lodge
(1851/1940) – bacharel
em Ciências pela Universidade de Londres em
1875. Professor de Física e Matemática na University College, em Liverpool - Doutor em Ciências. Recebeu grau de doutor em Ciências por sete
Universidades.
- Alfred Russel Wallace
(1823 - 1913) Naturalista, Geógrafo, Antropólogo e Biólogo britânico.
- Cromwell Fleetwood Varley
(1828/1883) – Engenheiro
- Cesar Lombroso (1835/1909)
Psiquiatra, médico cirurgião,
Higienista, Criminologista, Antropólogo e Cientista italiano.
- Johann Karl Friedrich Zöllner (1834/1882) Astrônomo e físico Alemão.
- Carl du Prel (1839/1889)
Filósofo alemão.
- Charles Richet (1850/
1935) Médico fisiologista francês. Criou a metapsíquica.
- Alexandre Aksakof (1832/1903)
Filósofo, jornalista, Editor e pesquisador russo.
- Eugène Auguste Albert de Rochas (1837/1914) Engenheiro militar, engenheiro militar, historiador da ciência, pesquisador, escritor e administrador da Escola Politécnica de Paris.
Como
vemos, são os mais distintos físicos, químicos, matemáticos, engenheiros, astrônomos,
fisiologistas, criminalistas, etc., os homens que, após estudo baseado em
rigorosos processos e metodologias científicas possíveis nas épocas em que
foram realizadas, atestaram a realidade dos fatos do Espiritismo.
Da lista acima citada, destacaremos o químico
e físico britânico William Crookes, membro da Sociedade Real de Londres, devido
ao grande prestígio no meio científico internacional e que, dentre várias
descobertas, fez conhecer o elemento químico Tálio e a matéria radiante.
Continuaremos o artigo, na próxima semana.
(*) todos os grifos são nossos.
Referências:
(1)
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro.
67ª ed. Brasília. Editora FEB, 1944. 494p.
Parabéns por mais um artigo de expressiva relevância, que nos instiga ao conhecimento.
ResponderExcluirObrigado Anna. No próximo artigo, continuaremos esta abordagem.
ExcluirQuantas celebridades da ciência estudaram o espiritismo. Eu nunca imaginei isso tudo
ResponderExcluirGratidão Robson
Oi Silvia. Isso mesmo. São muitos cientistas sérios que se desdobraram pesquisando os fenômenos espirituais.
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