Bem aventurados os mansos, porque herdarão a Terra.
“Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a indiferença moral”
Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IX - Instruções dos Espíritos - Lázaro (Paris - 1863)
Se tomarmos como premissa que a violência tem sido a característica mais própria da
personalidade humana nestes tempos, manifestando sua natureza animal muito
acima das virtudes que nos aproximam do alto e se, somente herdarão a Terra os
que forem mansos, cremos que há uma grande chance, de, em breve período de
tempo, o mundo ficar deserto ou com raríssimos habitantes.
Ser manso apresenta hoje uma conotação deturpada do sentido
a que se referiu Jesus, estabelecendo como Lei a doçura, a moderação, a
afabilidade e a paciência. É aquele ou aquela que se mantém calmo ou
equilibrado diante dos acontecimentos negativos e conflitantes, numa clara
demonstração que, sobretudo, conseguiu sobrepor-se, sendo dono de si mesmo no
controle de suas reações e emoções. Mérito conquistado ao longo das
existências.
Estas virtudes, que em Jesus apresentam-se no seu grau
máximo, ontem como hoje, foram e continuam sendo desprezadas pelos materialistas,
pelos que gostam de levar vantagem em tudo, os adeptos da conhecida lei de
Gérson.
Ao contrário dos mansos, os conhecidos como “homens de
verdade”, os que exteriorizam impulsos de agressividade, são os mesmos que
também geram a infelicidade no lar, o desentendimento no ambiente profissional,
a discórdia na sociedade, as lutas entre os indivíduos, as guerras, enfim
provocam a confusão no mundo.
Melhor pararmos e pensarmos para que lado desejamos seguir.
O espírito superior Lázaro na codificação, afirmam no capítulo referido, que:
“a virtude de nossa geração é a atividade intelectual, e o vício é a
indiferença moral”.
Essa indiferença corrói nossa sociedade pelo predomínio dos
vícios e da corrupção, assemelhando-se em muito aos tempos em que o Cristo
esteve encarnado entre nós, há dois mil anos. Neste aspecto, quase nada mudou.
Uma verdadeira esgrima mental e de palavras
que forjam nas criaturas desde as desavenças domésticas até os conflitos
armados entre as nações.
Ou seja, se a mansuetude não nos caracteriza o coração e a
alma, por pouco, nos transformamos em verdadeiros vulcões prestes a explodir
extravasando larva ardente em forma de atos e palavras.
No fundo, agindo assim, refletimos a falta do Cristo em nós
e ficamos ao sabor das circunstâncias, e o espírito permanece flutuando sem
destino seguro.
Com auxílio da reencarnação,
e consequente aplicação da lei de ação e reação, em que somos levados a receber
de volta todo o mal praticado, vamos conseguindo, a duras penas, esgotar a
violência que teima em manchar nosso íntimo. Em outras palavras, ajustando-nos
às leis divinas, aprendendo a conter impulsos primitivos, vamos lapidando, qual
paciente escultor, o mármore de nossos corações transformando a criatura
imperfeita que ainda somos, em anjo, nos candidatando assim, à herança Divina,
de possuirmos enfim a Terra regenerada.
Referência
(1) Kardec, Allan. O Evangelho
Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 131ª ed. Brasília.
Editora FEB, 1944. 410p.
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