segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Bem aventurados os mansos, porque herdarão a Terra.

 “Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a indiferença moral”

Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IX - Instruções dos Espíritos - Lázaro (Paris - 1863)

Se tomarmos como premissa que a violência tem sido a característica mais própria da personalidade humana nestes tempos, manifestando sua natureza animal muito acima das virtudes que nos aproximam do alto e se, somente herdarão a Terra os que forem mansos, cremos que há uma grande chance, de, em breve período de tempo, o mundo ficar deserto ou com raríssimos habitantes.

Ser manso apresenta hoje uma conotação deturpada do sentido a que se referiu Jesus, estabelecendo como Lei a doçura, a moderação, a afabilidade e a paciência. É aquele ou aquela que se mantém calmo ou equilibrado diante dos acontecimentos negativos e conflitantes, numa clara demonstração que, sobretudo, conseguiu sobrepor-se, sendo dono de si mesmo no controle de suas reações e emoções. Mérito conquistado ao longo das existências.

Estas virtudes, que em Jesus apresentam-se no seu grau máximo, ontem como hoje, foram e continuam sendo desprezadas pelos materialistas, pelos que gostam de levar vantagem em tudo, os adeptos da conhecida lei de Gérson.

Ao contrário dos mansos, os conhecidos como “homens de verdade”, os que exteriorizam impulsos de agressividade, são os mesmos que também geram a infelicidade no lar, o desentendimento no ambiente profissional, a discórdia na sociedade, as lutas entre os indivíduos, as guerras, enfim provocam a confusão no mundo.

Melhor pararmos e pensarmos para que lado desejamos seguir.

O espírito superior Lázaro na codificação, afirmam no capítulo referido, que:                        

“a virtude de nossa geração é a atividade intelectual, e o vício é a indiferença moral”.

Essa indiferença corrói nossa sociedade pelo predomínio dos vícios e da corrupção, assemelhando-se em muito aos tempos em que o Cristo esteve encarnado entre nós, há dois mil anos. Neste aspecto, quase nada mudou.

Uma verdadeira esgrima mental e de palavras que forjam nas criaturas desde as desavenças domésticas até os conflitos armados entre as nações.

Ou seja, se a mansuetude não nos caracteriza o coração e a alma, por pouco, nos transformamos em verdadeiros vulcões prestes a explodir extravasando larva ardente em forma de atos e palavras.

No fundo, agindo assim, refletimos a falta do Cristo em nós e ficamos ao sabor das circunstâncias, e o espírito permanece flutuando sem destino seguro.

Com auxílio da reencarnação, e consequente aplicação da lei de ação e reação, em que somos levados a receber de volta todo o mal praticado, vamos conseguindo, a duras penas, esgotar a violência que teima em manchar nosso íntimo. Em outras palavras, ajustando-nos às leis divinas, aprendendo a conter impulsos primitivos, vamos lapidando, qual paciente escultor, o mármore de nossos corações transformando a criatura imperfeita que ainda somos, em anjo, nos candidatando assim, à herança Divina, de possuirmos enfim a Terra regenerada. 

Referência

(1) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 131ª ed. Brasília. Editora FEB, 1944. 410p.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

                                              O Equívoco de Jeremias No ano de 1961, quando o Livro dos Médiuns completava o seu primeir...