Olhos de ver, ouvidos de ouvir.
“Porque vendo, eles não veem
e, ouvindo, não ouvem nem entendem”. Neles se cumpre a profecia de
Isaías: “Ainda que
estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo,
jamais perceberão”. Jesus
Em todos os tempos, desde o aparecimento do homem sobre a Terra, os fenômenos físicos existiram acenando-nos para a posteridade das possibilidades humanas no contato com o além e de seu aperfeiçoamento.
Moisés, o grande legislador hebreu, médium de
muitas faculdades, produziu, com o auxílio dos espíritos, expressivos fenômenos
físicos.
Em Roma, Nero e Calígula foram protagonistas
destes fenômenos, assistidos por espíritos imperfeitos, mostrando-nos que a
ocorrência dos mesmos independe da maior ou menor evolução da criatura humana.
Todavia, foi com a encarnação de Jesus na Terra
que estes fenômenos, atingiram culminâncias, sendo considerado o Medianeiro da
Divina Sabedoria.
As aparições dos emissários divinos para Maria,
Isabel, José e Zacarias envolvendo a anunciação de Jesus e João Batista.
Os fenômenos de cura restituindo a visão aos
cegos, movimentos aos paralíticos e saúde física aos enfermos graves foram
múltiplos. A transfiguração no Tabor, a levitação sobre as águas dentre outros que
foram registrados pelos evangelistas e que chegaram até nossos dias. Mas muitos
outros devem ter ocorridos sem a presença de alguém que os tornassem conhecidos
à posteridade.
Ainda o dia de Pentecostes em um evento
mediúnico portentoso, somente visto em paralelo, com o fenômeno das mesas
girantes que abriram os trabalhos que, mais tarde, pela observação predestinada
de Allan Kardec, traria-nos as luzes da Doutrina Espírita.
Por esta razão, o século 19 foi rico em médiuns
de efeitos físicos e de ectoplasmia, para despertar-nos a atenção para uma nova
era.
Em suas mais diversas formas de manifestação, os fenômenos físicos sempre e ainda hoje, maravilharam os olhos e os órgãos da percepção humana, mas jamais serão motivo de transformar mentes deslumbradas em corações realmente despertos aptos para o crescimento espiritual.
Aliás, como afirma nossa irmã desencarnada Ana Prado, que fora
médium de materialização, em significativa página do livro Instruções Psicofônicas:
“Colaborei na materialização de companheiros desencarnados, na transmissão de vozes do Além, na escrita direta e na produção de outros fenômenos, destinados a formar robustas convicções, em torno da sobrevivência do ser, além da morte, no entanto, ao redor da fonte de bênçãos que fluía, incessante, junto de nossos corações deslumbrados, não cheguei a ver o despertar do sentimento para o Cristo, único processo capaz de assegurar à nossa redentora Doutrina o triunfo que ela merece na regeneração de nós mesmos. No quadro dos valores psíquicos, a mediunidade de efeitos físicos é aquela que oferece maior perigo pela facilidade com que favorece a ilusão a nosso próprio respeito”.
A esse respeito Emmanuel na questão 218 do livro O Consolador esclarece que: “Os fenômenos acordam o espírito adormecido na carne, mas não fornecem as luzes interiores, somente conseguidas à custa de grande esforço e trabalho individual. (grifo nosso) A palavra dos guias e mentores do Além ensina, mas não pode constituir elementos definitivos de redenção, cuja obra exige de cada um sacrifício e renúncias santificantes, no laborioso aprendizado da vida”.
Muitos adeptos do Espiritismo e mesmo os
simpatizantes se
afastam das reuniões e arrefecem seu ânimo na caridade, quando as mesmas não apresentam
fenômenos sensíveis aos órgãos humanos da percepção.
Agindo assim,
demonstram plena inabilitação para o verdadeiro trabalho do Espiritismo
sincero.
Preferem as emoções
transitórias ao serviço de auto-iluminação, ainda não estão devidamente preparados
para assumirem qualquer compromisso mais sérios na Doutrina e principalmente,
consigo mesmos dentro do processo natural que um dia haverá de envolver a
todos.
Assim, entendemos que
se é necessário desenvolver a nossa capacidade de sentir os estímulos da vida
física, aqueles que afetam nossos nervos, é essencial refinar os sentidos que
transcendem estas percepções, vendo e ouvindo o que nem os olhos e ouvidos
podem captar.
Referencias:
(1) Emmanuel. O Consolador. Psicografado por Francisco
Cândido Xavier. 11ª ed. Brasília. Editora FEB, 1985. 233p.
(1) Espiritos diversos (organizado por Arnaldo Rocha). Instruções
Psicofônicas. Francisco Cândido Xavier. 6ª ed. Brasília. Editora FEB,
1991. 289p.
Um exemplo, é quanto ao labor físico de cunho caridoso que nossos irmãos favorecem a outros irmãos, e, ao final das tarefas sentem-se descansados e felizes, vê-se em suas faces a alegria do servir, e um prazer indescritível que nada mais é que as "coisas que não vemos ou ouvimos", mas estão lá para que muitos percebam e abracem a obra. Gratidão.
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