segunda-feira, 15 de julho de 2024

 

Desafio ao médium espírita.

 “Muito dificilmente, dentro do dinamismo que a caracteriza, a terceira Revelação conseguiria avançar, visto que, de modo geral, intimidados pela crítica, os médiuns não ofereciam o campo mental à indispensável semeadura.

Os nossos irmãos desencarnados se esforçam ao máximo, notadamente aqueles que desejam transmitir algo diferente ou novo, dentro os preceitos da doutrina espírita, para nós, espíritos encarnados, com o objetivo de desenvolver em nós mais largos horizontes sobre a vida no mundo espiritual”.


Este texto inicial que encima nosso artigo, esta registrado no livro A Escada de Jacó, psicografado pelo médium Carlos Baccelli, pelo espírito Dr. Inácio Ferreira, em sua primeira edição publicada no ano de 2004. Desde lá, vinte anos transcorreram e podemos afirmar que praticamente, quase nada mudou.

Creio que, a principal razão deste inalterado cenário, seja a falta de interesse e de esforço do próprio médium em estudar, aperfeiçoar-se e se envolver, de maneira definida, em atividades de melhoria de vida para o próximo. Em outras palavras, praticar a caridade. 

Claro que há as exceções de praxe, médiuns que permanecem lutando, tentando vencer suas próprias imperfeições dedicando-se quanto podem para fixar em si os reais valores que, um dia, o farão superar sua própria condição humana.

A época das comunicações espíritas reveladoras, tanto no aspecto científico, filosófico como moral, constituíram-se na fase áurea do Espiritismo na Terra. Surgiram médiuns em condições apropriadas em seu aparato físico, perispiritual e espiritual, oferecendo “campo mental para a indispensável semeadura”.

Primeiro, com Allan Kardec, quando então os espíritos se submetiam às formas mais arcaicas de comunicação mediúnica. Com a evolução da forma de diálogo entre os Dois Planos, com maior uso da psicofonia e da psicografia, encontramos em Chico Xavier, toda a plenitude dos diversos tipos de faculdades mediúnicas.

Neste aspecto, não podemos olvidar e sempre valorizar as dificuldades vivenciadas pelos médiuns que, sob a orientação dos espíritos superiores, prepostos de Jesus sobre a Terra, nos presentearam com a beleza dos ensinos doutrinários.

Entretanto, mesmo como mensageiros de um ensino superior, não se furtaram de submeterem-se a difíceis testemunhos para dar cabo aos compromissos assumidos.

Por exemplo, o que o médium Chico Xavier, não terá enfrentado, em conjunto com os espíritos, que através dele se manifestavam, para cumprir com sua missão extraordinária? Os obstáculos que enfrentou, os quais muitas vezes ficaram registrados em obras que biografaram sua vida exemplar, devem ser considerados somente como a ponta de um enorme iceberg, cujo tamanho permaneceu ignorado pela maioria, senão por todos nós encarnados.

As lutas e os sofrimentos a que este homem se submeteu para legar-nos sua iluminada obra, é digna de espírito muito superior, os quais pisam sobre a Terra muito esporadicamente para cumprirem um verdadeiro mediunato. São verdadeiros Apóstolos do Cristo, corporificados sobre a Terra, não somente para trazer conhecimentos, mas, sobretudo, para vivenciar os preceitos cristãos que pregam em suas próprias obras escritas. Estes são únicos e verdadeiros.

Atualmente são muito raros estes companheiros de ideal, em condições de sintonizarem espíritos de alto valor espiritual para receberem informações sublimes e valiosas, as quais outrora, compuseram e complementaram os ensinos superiores do Espiritismo na Terra.

Essa é uma importante reflexão para os grupos mediúnicos que se vangloriam por receberem, segundo avaliam, a manifestação corriqueira e frequente, em suas reuniões, de almas sublimes, espíritos que, embora comprometidos com a evolução e implantação do Reino de Deus na Terra, não encontram sintonia sobre nossas mentes, que ainda se alimentam basicamente, de pensamentos ligados ao aspecto material da existência humana. 

Será que os médiuns atuais estão prontos para vivenciarem com todas as letras, o sacrifício da renúncia, da resignação e da discrição?

Resta a nós, médiuns simples e ignorantes que praticamente, conhecemos da mediunidade, na presente encarnação, quase nada além do restrito aspecto de instrumento de manifestação da alma, nos conscientizarmos que precisamos nos esforçar muito mais, para continuarmos a ser dignos da oportunidade que recebemos, como adeptos e trabalhadores na doutrina espírita. Segundo afirma Dr. Odilon Fernandes, espírito desencarnado e respeitável conhecedor da mediunidade, para o médium, a mediunidade, significa sua melhor oportunidade de evoluir na presente encarnação.

Ressalta-se que, para nós, a mediunidade não se apresenta como uma missão, porém uma forma de expiarmos e resgatar nosso montante de dívidas. Dívidas realizadas por atacado devido a erros cometidos em existências pretéritos, e que sob a ação da misericórdia divina, poderão ser pagas em suaves prestações ao longo da nossa atual e futuras existências. 

Referência

(1) Ferreira, Inácio. Escada de Jacó. Psicografado por Carlos A. Baccelli. 1ª ed. Uberaba. Editora LEEPP, 2004. 298p. 


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