segunda-feira, 27 de maio de 2024

No exercício das pequenas virtudes

 

Adeptos da Doutrina Espírita nesta encarnação, não queiramos ter a pretensão de nos considerarmos aptos a alçarmos voos mais altos que nossa nanica estatura espiritual seja capaz de suportar. De saída posso afirmar, sem medo de errar, que ainda nos encontramos muito, mas muito mais perto do ponto de partida que da vitória definitiva.  O caminho que nos conduzirá à pureza de Espírito é quase infinito, e embora o Espiritismo nos console ao afirmar que o amparo Divino seja eterno para todas as criaturas, a Doutrina também nos alerta que todos receberemos aqui ou além, de acordo com nossas próprias obras.

Então o que nos resta, senão limpar entulho? Ou melhor dizendo, como afirma Dr. Inácio Ferreira em suas obras, a “sucata” milenar que carregamos em nós próprios.

Vamos reciclar este material e transformá-lo em adubo que possa, ao longo das encarnações, fertilizar a terra que haveremos de arar com a charrua do esforço contínuo e irrigado com as lágrimas que haveremos de derramar no difícil processo de libertação da alma. Para este tentame, Irmão José, venerável Benfeitor da Vida Maior, nos indica o exercício das virtudes esquecidas. Em boa hora, lembro dos cuidados que pessoas de todas as idades tem procurado academias para exercitarem suas carcaças em busca de melhor qualidade de vida, no que se refere aos aspectos físicos. Porém, na malhação constante para exibir “musculatura” espiritual, o devotado servidor do Cristo nos lembra de pequenos labores diários a que devemos nos consagrar, visando o equilíbrio espiritual nas tarefas a que somos chamados a cumprir. “O simples hábito de orar, a reflexão, a paciência, a solidariedade, o perdão, a renúncia, o silêncio, as atividades doutrinárias que muitos consideram insignificantes ou menores nas casas espíritas, enfim, o testemunho pessoal da fé no cotidiano, com base em nossa melhoria íntima”. (1)

Unidas, a disciplina, como matéria indispensável ao nosso currículo espiritual, e a pregação do exemplo, serão nossas medicações preventivas contra os males da ilusão que já amontoamos nas vidas passadas e repletam nosso subconsciente como brasa adormecida, à espera de um sopro tentador para que o fogo das imperfeições se reacenda em nosso íntimo.

Nesta circunstância, entendemos claramente o porquê de companheiros que, ingressam nas fileiras espíritas e tomam contato com as benesses do conhecimento iluminativo, desistirem de empenhar-se em níveis mais profundos. Há duas razões principais para esta frequente ocorrência. Primeiro, o receio de realizar em si mesmos o processo de renovação; e o segundo, consequência do primeiro, é terem que mudar hábitos milenarmente estabelecidos, abrindo mão de pequenos prazeres que felicitam a alma imperfeita. Realmente decidir e ter atitude pela evolução consciente do Espírito é tarefa para poucos no panorama atual de nosso planeta. 

Outra parcela de irmãos, que não se afastam da Doutrina, porém se limitam a serem frequentadores de reuniões semanais. Não permitem que o fogo abrasador das revelações, que requer nossa renovação processual, derreta o gelo de seus corações adormecidos sob antigos conceitos religiosos que não conseguem ou não querem sobrepor. Como adentrar os domínios da luz permanecendo nas sombras? De que forma desejar ser convidado ao banquete divino, sem envergar a veste nupcial apropriada?

O objetivo do Espiritismo em essência, é o conhecimento para a transformação. Aquele que resolve cultivá-lo no coração, antes que se torne um facho que ilumine caminhos exclusivos para saciar desejos infindáveis do saber que somente ilumina-nos por fora, deve se constituir em luz que nos ilumine por dentro.

 

Referência

(1) Ferreira, Inácio. Do outro lado do espelho.     Psicografado por Carlos A. Baccelli. 1ª ed.               Votuporanga. Editora DIDIER, 2001. 314p.


segunda-feira, 20 de maio de 2024

Estudos e reflexões para a mente e o coração

Essencial alimentarmos nossa alma, assim como, diariamente nutrimos nosso corpo. E qual a melhor maneira de oferecermos nutrientes que atendam às necessidades do Espírito eterno?

Todos os dias, faça uma boa ação, estude e reflita sobre uma leitura edificante. Experimente. Isso pode levar menos de 30 minutos de seu dia.

Nesse sentido, criei este blog com a intenção de contribuir, levando até o leitor, reflexões e estudos de textos espíritas, baseados principalmente, nas obras de Allan Kardec e dos médiuns Francisco Cândido Xavier e Carlos A. Baccelli. Parafraseando Humberto de Campos no livro Boa Nova, “...preocupado em escrever não para agradar, mas o de escrever com proveito” compartilharei artigos semanais, aos interessados nos conhecimentos da Doutrina Espírita, o consolador prometido pelo Mestre Jesus.

Sabemos que, sermos detentores de tais conhecimentos, nos dota de instrumentos que favorecem o cumprimento de nossa jornada na Terra, porém, da mesma forma, torna-nos muito mais responsáveis e ainda mais devedores destas concessões Divinas. Palavras de Jesus, registradas pelo evangelista Lucas, (12:47-48) “Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado”.

Sem a pretensão de trazer a verdade através dos ensinos e palavras tão sublimes de irmãos da espiritualidade superior eternizadas nas obras que estudaremos, pretendo, se minha pequena capacidade permitir, contribuir para os companheiros de boa vontade, encarnados e desencarnados que desejam revivescer em seus íntimos, o interesse do estudo, da reflexão e da pesquisa em livros que trazem conhecimentos, que por certo, necessitarão de muitas encarnações de nossa parte, para assimilá-los. Da mesma forma, ficaremos felizes se alcançarmos o intento de provocar nos leitores, com nossas simples anotações neste blog, o desejo de ler ou reler as obras dos médiuns que consultaremos para nossos comentários. Médiuns que, chamados por Jesus para auxiliarem, com seus ensinos e exemplos, os irmãos da retaguarda que somos nós, ainda muito necessitados, se desdobraram e dedicaram suas vidas para iluminar caminhos, reavivando em nossas mentes os ensinos divinos. Neste contexto, relembro a fala do Instrutor Ribas, registrada no livro E a Vida Continua, do espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier: "Sem dúvida, somos uma família só, perante a Divina Providência, e estamos todos interligados, com o dever da assistência mútua. A evolução é a nossa lenta caminhada de retorno para Deus. Os que mais amam vão à frente, traçando caminho aos seus irmãos”.  

Neste propósito, considerando-se como irmão que ainda não aprendeu a amar, que tateia da sombra em direção à luz, mas consciente da longa trajetória a seguir no processo evolutivo, rogo a Deus e a Jesus a inspiração e a lucidez para realizar este singelo esforço que passo a compartilhar com os leitores.

Vamos estudar juntos?

                                              O Equívoco de Jeremias No ano de 1961, quando o Livro dos Médiuns completava o seu primeir...